ADOLESCÊNCIA
Nos
dias atuais, se tornou banal a ideia de “adolescência” como um período
marcado por mudanças corporais e hormonais, pensadas como “causa” das
mudanças comportamentais do sujeito “adolescente”.
O fato é que a
adolescência, enquanto período de moratória - leia-se – de preparação
para a vida adulta é uma invenção muito recente. Sendo tributária da
noção de infância, a adolescência chegou aos dias atuais como um
prolongamento da infância.
Na medida em que a infância é uma
invenção Moderna, uma quarentena “imposta” às crianças a fim de que as
mesmas possam se tornar “o adulto que eu não fui”, dito de outro modo,
“o adulto ideal sustentado pelo discurso social”, o que de fato ocorreu a
partir da invenção da prensa tipográfica, em que a escolarização foi
colocada como forma de a criança aceder à condição de adulto letrado, a
adolescência surgiu a partir do momento em que a puberdade passou a não
mais ser reconhecida como marco de entrada para a vida adulta.
Trata-se
de uma produção do pós-guerra em que a juventude passou a ser vista
como tendo direito à vida sem privações, carregando consigo a obrigação
de realizar os ideais de uma sociedade marcada pelos fracassos e
decepções da vida adulta.
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